Quando era miúdo não sabia o que queria ser mas sabia que adorava criar coisas, criar objetos “malucos”, desmontar e montar aparelhos eléctricos e electrónicos e ver como funcionava.

O meu pai tinha uma micro-empresa de audiovisuais. Recordo-me com 13 anos de idade ajudá-lo a estanhar os cabos de microfone, a montar as reuniões ou congressos e a atender o telefone (O que isto me custava nas férias de verão quando não podia sair de casa à espera que o telefone tocasse…).

Sonhava criar a minha própria empresa. Ainda não sabia de quê ou como ou ainda o que isso implicaria. Tenho memórias que em qualquer situação ou objecto feito arcaicamente seria o mote para criar o meu negócio. Fiz um mealheiro com caixas de parafusos, uma tampa frontal em madeira e um cadeado e queria começar a comercializar aquilo…

Com 14 anos queria montar uma loja de reparações de bicicletas no meu pequeno sótão de 4m2 (ainda bem que a minha mãe não deixou).

Entretanto, surge o “amor” da minha vida: A Electrónica.

Entrei em 1995 para a EPPET (Escola Profissional Pública de Electrónica e Telecomunicações), entretanto extinta… Para mim, a melhor escola do mundo. Fiz amigos para a vida, professores fantásticos, aprendi a criar o meus próprios aparelhos e a dar os primeiros passos na informática.

Quando terminei em 1998, fui trabalhar como técnico para uma empresa de telecomunicações, que era representante de produtos de telecomunicações e aplicações de software franceses. Foi a minha estreia no mundo do trabalho e empresarial. Aprendi com esta experiência de 8 anos o que é um departamento técnico, como funciona um departamento de marketing, como tratar um cliente, helpdesk, etc, etc, como funcionava uma empresa. Fazia instalações de VOIP, CTI,IVR, entre outros equipamentos…

A informática “piscava-me o olho e foi amor à primeira vista”…

Decidi entrar para a faculdade (ULHT). Como estava a trabalhar de dia, só restava uma hipótese, estudar à noite paralelamente à minha actividade. Não foi fácil mas quando no final se termina sabe tão bem, e era tão merecido. Licenciei-me em Informática no ramo de Sistemas.

Em 2006, com a licenciatura finalizada, necessitava de um novo projecto de vida e profissional: comecei a dar aulas no ensino público. Respondi e entrei numa oferta de escola com habilitação própria na Escola Secundária de Afonso Domingues para o grupo 550 – Informática. Esta mudança de carreira representava uma total saída da minha zona de conforto. Numa quinta-feira estava num departamento técnico. No dia seguinte estava a dar aulas e a presidir reuniões em conjunto com a directora de turma, visto que, tinha o cargo de director de cursos de informática… Os meus alunos tinham um professor que passaria a sua experiência empresarial e técnica, e o que isso envolveria no que a redes informáticas diz respeito. Eu aprendi com os meu alunos “O poder da paciência”. E, olhem que é preciso muita. Aprendi como funciona uma escola, as suas dinâmicas e aprendi ainda a ser mais confiante…Só pensava: “Quer corra bem ou mal sairei sempre a ganhar com esta experiência.” No final do ano houve colegas que não tinham percebido que tinha sido o meu primeiro ano de aulas. Correu bem, não acham?

Com esta mudança deu-me a possibilidade de começar a esboçar o meu sonho. Angariei um cliente, inicialmente para complemento de ordenado de professor. Depois um segundo e um terceiro.

Abandonei o ensino. Estou muito grato por tudo o que aprendi e pelas experiências tão gratificantes pelas quais passei durante 3 anos com colegas, funcionários, alunos, encarregados de educação e diretores..

Em 2009, criei a minha empresa. Era um sonho tornado realidade!

Criei a GENIUM. Todo o percurso realizado desde ajudar o meu pai na sua empresa, tudo o que aprendi com professores da escola, faculdade, conselhos de colegas e amigos, interações com clientes, troca de argumentos com chefes, colmataria neste ponto de partida e início de uma nova vida: a de empreendedor.